segunda-feira, 9 de setembro de 2024

com os dentes cravads na memória

Balbúrdia PoÉtica 5 

A Balbúrdia 1 e 2 foram realizadas na Taberna de Laura -  Copacabana – Rio de Janeiro. A Balbúrdia 3 foi realizada no Bistrô do Ernesto – Lapa – Rio de Janeiro – a Balbúrdia 4 será realizada na Patuscada – São Paulo – e a  Balbúrdia 5 – onde será?

São João Del Rey-MG, Campos dos Goytacazes-RJ?

 Tentem adivinhar.

 

Artur Gomes

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Com Os Dentes Cravados Na Memória

Mesmo com uma grande dor, provocada por um bico de papagaio que a décadas insiste em cantar na minha coluna, roubando-me as vezes a paciência, passei uma tarde de ontem super divertida no Auditório Miguel Ramalho em cia da equipe de Coordenação de Projetos de Audiovisual e Design Para Educação - Centro de Referência do IFF Campos Campus Centro.

Motivo do Encontro: um depoimento sobre os mais de 50 anos que Vivi no IFF desde os tempos de aluno no Ginásio Industrial na então ETC (Escola Técnica de Campos), de 1961 a 1964. Passando pelo período de 1968 a 1986 quando já servidor da ETFC(Escola Técnica Federal de Campos), trabalhei como Linotipista na Oficina de Artes Gráficas (Tipografia).

De 1975 a 1985 mesmo subvertendo a ordem natural vigente que direcionava a instituição, criei totalmente à revelia da direção na época, uma Oficina de Teatro, que se manteve subversiva até 1986 (pois era assim que os professores reacionários da época se referiam a atividade.

Nunca fui poeta de bons modos, bons costumes, e como os alunos da Oficina de Teatro, eram também alunos da ETFC, nos "anos de chumbo" onde o Diretor da instituição era escolhido pelo MEC, depois de algum curso na Escola Superior de Guerra, era normal que a minha atividade com Teatro dentro da Escola fosse tratada como Subversão.

Em 1986, acontece as primeiras "Eleições Diretas", nas Escolas Técnicas Federais e nas Universidades Federais, pós Ditadura. Na ETFC se elege Diretor o Professor de Matemática Luciano D´Angelo. Como desde 1980 o trabalho com a Oficina de Teatro havia ultrapassado os muros da cidade e ganhado as ruas de Campos, com o Auto do Boi-Pintadinho, Luciano então, me transfere da Tipografia para o Grupo de Atividades Culturais.

Em 1997 a ETFC já havia se transformado em CEFET, e com a nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases), criada por Darcy Ribeiro, a Oficina de Teatro, como outras Oficinas de Arte que já existiam então passam a fazer parte da grade curricular para os alunos do Curso Técnico (nível médio). No período de 1997 a 2002 passo então a Coordenador da Oficina de Artes Cênicas, até a minha aposentadoria.

De 2011 a 2012 convidado pelo então Diretor do IFF Campos Campus Centro, Jefferson Manhães, volto a instituição para Dirigir Oficinas de Criação e Produção Cine Vídeo e crio o I Festival de Cinema Curta-IFF, realizado em 2012 no Auditório Cristina Bastos.

As 3 horas de bate papo e gravações foram poucas para narrar os períodos e os fatos em seus mínimos detalhes. Esperava que um dia, acompanhando e vivendo as transformações do IFF como acompanho, que esse depoimento viesse a acontecer, e esses 50 anos vividos ali dentro pretendo transformar no livro Com Os Dentes Cravados Na Memória, onde não só o que vivi dentro do IFF será contado, mas também muito da minha travessuras culturais por este país a fora.

Equipe da Coordenação de Projetos de Audiovisual e Design para Educação que trabalharam nas gravações: Larissa Vianna, Rodrigo Otal, Carlos Henrique Morelato e Lionel Mota.

 

Artur Gomes

Com Os Dentes Cravados na Memória

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uma cidade sem memória não é uma cidade

                           Federico Baudelaire

Campos precisa acordar para voltar a ser 

                                 Rúbia Querubim

tocar-te por dentro lentamente calmamente como quem morde a maçã na boca da serpente e uiva mastigando a carne como sobremesa

                                      Artur Kabrunco

o gosto da tua carne não conheço não me deste o endereço

                                   Federika Bezerra

transverso anjo avessso atravesso as artérias da cidade águas do paraíba emporcalhadas de esgotos

                                        Irina Serafina

como poesia devoro para matar a fome quando oro o prazer tem outro nome

                                          Artur Gomes 

absinto impossível te sentir mais do que já sinto

                              Pastor de Andrade

cidade veraCidade nossas angústias penduradas nos varais

                               Federika Lispector

 

viva a lira do delírio antropofágica paulistana metendo a língua desbragada nos bordéis de copacabana

                                            Lady Gumes

o delírio é a lira do poeta se o poeta não delira sua lira não concreta                                                

                                  Artur Fulinaíma

 

desde os tempos de moleque para descascar carne de manga faca facão canivete arma branca de pivete nos quintais da cacomanga

                            EuGênio Mallarmè  

não tenho papas na língua  nem pastor me come as coxas eu sou do mar da tempestade beira mar é quem   lambe  as minhas ostras

                                      Gigi Mocidade 

*

In Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim

Livro inédito de Artur Gomes – lançamento previsto para 2025

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Artur Gomes -  Poesia Afro Tupiniquim

Dia 4  novembro 9:30h

performance com poesia dos  livros Suor & Cio 1985 e O Homem Com A Flor Na Boca 2023 –

Ciep 147 – José do Patrocínio – Campos dos Goytacazes-RJ

 Artur Gomes é poeta ator produtor cultural - atua na Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima como Coordenador de Cultura e recentemente foi eleito para a Academia Campista de Letras para ocupar a cadeira 12 antes ocupada pelo professor Hélio de Freitas Coêlho

 

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Poeta Artur Gomes é eleito para cadeira 12 da Academia Campista de Letras

O último ocupante dessa cadeira foi o professor e ex-presidente da ACL Hélio de Freitas Coelho

*

 Os membros da Academia Campista de Letras (ACL) elegeram Artur Gomes, poeta, ator e produtor cultural, para ocupar a cadeira n. 12 da instituição, na noite de quinta-feira (3).

O último ocupante dessa cadeira foi o professor e ex-presidente da ACL Hélio de Freitas Coelho, tendo como patrono Heitor de Araújo Silva.

Candidataram-se como postulantes à vaga os escritores Diego Nunes Abreu, Ivan Vilela Júnior, Pedro Henrique Rodrigues Ribeiro, Thais de Souza Silva, Wedson Felipe Cabral Pacheco e Wesley Barbosa Machado.

As candidaturas, previamente analisadas pela comissão eleitoral (formada pelo presidente Ronaldo Junior, pelo segundo vice-presidente Carlos Augusto Alencar e pela Secretária Titular Sylvia Paes), foram deferidas e assim votadas: Artur Gomes obteve 15 votos, enquanto Pedro Henrique Ribeiro obteve 1 voto. Os demais não receberam votos.

A cerimônia de posse está marcada para ocorrer no sábado, dia 19 de outubro, às 16h, na sede da ACL, localizada no Jardim São Benedito.

 

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 Em 16 de dezembro de 2016 a convite do querido e saudoso amigo Hélio de Freitas Coêlho – então presidente da ACL  - Academia Campista de Letras, estreei  a performance poética  com os dentes cravados na memória  com a qual circulei pelo Brasil durante todo anos de 2017

 

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Adorei saber que Artur Gomes vai ocupar a cadeira n. 12 da Academia Campista de Letras. Que escolha acertada! Artur tem dedicado sua vida à poesia através de livros, vídeos, performances, saraus etc. É, sem sombra de dúvidas, um nome honroso para tão conceituada instituição cultural. Parabéns, admirado poeta e querido amigo Artur Gomes!


Joilson Bessa da Silva

 

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como bem disse Carlos Augusto e tantos outros também já disseram, minha trajetória é provocativa, sim, e continuará sendo não tenho motivos nem razões para que não seja

 

poesia me vem dos dentes

das unhas da língua da carne

dos nervos das fímbrias

dos músculos matéria métrica

metáfora dos ossos

em tudo por onde tocar

                     ainda posso

existem almas mansas

leves limpas calmas

e também as espíritos de porca

com a minha

e a de Federico Garcia Lorca

 

Artur Gomes

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                    poema das invenções

fosse essa jura secreta
brazilírica fulinaimagem
mutações em pré-juizo
muito além da mesa posta
couro cru em carne viva
lambendo suor e cio
como corrente de rio
deságua no além mar
profana sagaraNAgem
nos gumes da carNAvalha
teu corpo em Maracangalha
fulinaimando comigo
agulha no meu umbigo
como uma faca nos dentes
a língua na flor da boca
em transitiva linguagem
ereto poema crescente
rasgando a carne no grito
o gozo nos nervos de dentro
roendo os ossos do mito

Artur Gomes
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  Balbúrdia Poética 4

 eu sempre madrugo Jiddu as tentações não me deixam sossegado e a madrugada me ins-pira ouço as 7 sereias do longe lá em nova granada de espanha cada aranha tece a sua teia eu teço cada palavra quando a musa me arranha como bem disse hygia ferreira as sagaranagens fulinaímicas são  heranças do mestre  guima  que recebi do sagarana em itaguara das minas

 

Artur Gomes

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   Balbúrdia Poética 4 

Em 2023 fui homenageado no Sarau Gente de Palavra pilotado pelos dois grandes amigos César Augusto de Carvalho e Rubens Jardim. Agora nos juntamos ao grupo Gente de Palavra e ao coletivo Rubens Jardim para realizarmos a Balbúrdia Poética 4, em homenagem a memória de Rubens Jardim e Luis Mendes.

 

conversa de encruzilhada

 

nos búzios sobre a mesa

vejo suas fotografias

tantas vezes

reli teus livros

dói no peito

tanta saudade

Xangô me disse

quem nasce da pedra não morre

vocês estão vivos

para sempre na lavra :  eternidade


Dia 3 dezembro 19h

Patuscada – Rua Luis Murat, 40, São Paulo-SP, Brasil

Curadoria: Artur Gomes e César Augusto de Carvalho

 

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Olga Savary - poeta, poetisa não

No blog Mostra Visual de Poesia Brasileira, estamos prestando uma homenagem a memória e a poesia de Olga Savary, por toda a sua luta em favor da poesia no Brasil. Fomos vizinhos de 1983 a 1987, quando morei no final da Rua Gomes Carneiro e início da Visconde de Pirajá em Ipanema e ela na Sá Ferreira em Copacabana.
Foram incontáveis as madrugadas que varamos saboreando vinhos e conversando sobre tudo que diz respeito a poesia. Inúmeras vezes fomos juntos aos ensaios da Mangueira, sua grande paixão. O Carnaval de 1984 assistimos pela TV em seu apartamento, jogando baralho até o raiar dia.


Gratidão eterna.

Aceita-se contribuições

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Em 1984 poemas meus foram  publicados na Antologia Carne Viva, organizada por Olga Savary, considerada a primeira Antologia de poesia erótica publicada no Brasil, com a presença de poetas como Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, Affonso Romano de Sant´Anna.

 

Carne Proibida

 

o preço atual

proíbes que me comas

mas pra ti

estou de graça

pra ti

não tenho preço

sou eu quem me ofereço

a ti

músculo & osso

leva-me à boca

e completa o teu almoço

 

Artur Gomes

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meu santo daime um querubim e leve federico baudelaire de volta pra iriri meus cardápios são familiares a tempos estou em greve de sexo o e endomoniado e satânico não me dá sossego nem com poema de fernando pessoa já apelei até para a bahia de todos os santos jorge amado ogum oxumaré fiz despacho pra iansã na boa viagem flores pra yemanjá e o bendito não sossega apela pra rúbia de nada vale ela também não quer mais o rejeitado lá mergulhando em suas águas

 

Federika Lispector

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tudo aquilo que não digo

 

eu diria

tudo aquilo que não digo

não foi ainda pensado

triturado mastigado consumido

digo

:

preste mais atenção

em tudo aquilo que não digo

me dizia paulo leminski

olhando poema de kandinski

tatuado em meu umbigo

 

EuGênio Mallarmè

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Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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mitologia serafínica

 

irina estava vestida de beatriz primeira posava para mais um clássico do surrealismo de magrite no quarto preparava a cama para a chegada de wermer a alta temperatura do verão de sorocaba alterou a  visão pictórica do pintor da menina dos brincos de pérola que no jardim enfiava o pincel por entre a espessa barba esperando a primavera lady gumes apressada como sempre se aproveitou da cama e vive uma calorosa noite de amor sem mesmo querer saber quem era a serafina debaixo dos lençóis maranhenses

 

Pastor de Andrade

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mitologia sagarânica

 

salvador alisa os bigodes de dali macabea ensandecida morre ali mesmo em sucupira no presídio federal de brazilírica porcina mete a língua na faca de lorca as unhas sujas de irina cortam morangos mofados na fruteira enquanto odorico ordena zeca diabo a organizar o enterro das camélias  diadorim sopra o cano da garrucha  pendurada em seu olho esquerdo sagarânica em polvorosa comemora mais uma noite de são joão

 

EuGênio Mallarmè

In Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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mitologia fulinaimânica

 

explicitamente picasso nunca nos disse guernica o que signi-fica o  corpo do fonema aliterações alisam a orelha de van gog fartura farta fogo farra festa federico baudelaire tocando fado pras fadinhas de vênus falarem com a  fênix do farol de alexandria enquanto freud nem fode nem explica o que aconteceu na sexta feira no luau das laranjeiras depois que federika furtou a farinha do desejo de toda família do império das bananas no largo do machado infeliz  das oliveiras

 

Irina Serafina

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