terça-feira, 28 de janeiro de 2025

múltiplas poéticas

drummundana itabirina

 

fedra margarida a resolvida desfilava pela última vez

portando falo. Decidira decepar o pênis e desnudar de vez a sua outra mulher. braziLírica

amanheceu incrédula:

manchetes, vozerios, falatórios, assembleias,

faixas, cartazes. por todas as vias, multivias,

multimeios, os ofendidos habitantes brazilíricos

inconformados com a fedra passearam em

plebiscito vociferando Não ao Sim. 

E margarida flor impávida lá se foi beira-mar olhando estrelas no cruzeiro. Mas César que não é Castro continuou a pigmentar seu mastro na outra parte da tela, e um dia fedra sorrindo, com o pênis/baton da louca, foi ao boca de luar da fedra e voltou com o luar na boca. 

 

Artur Gomes

In BraziLírica Pereira : A Traição Das Metáforas

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com os dentes cravados na memória

o dia  que me apaixonei por um boi voador

 

quem não viveu não  viu nem de longe conhece o poder da arte desse “artur kabrunco”. em 1987 na tipografia da então ETFC(Instituto Federal Fluminense), dei de cara com um boi vestido de poesia. paixão fulminante, amor à primeira vista, eu envolvida, mergulhada, em fórmulas e números, estudava química, e em casa nunca tinha lido um livro que não fosse sobre química. como a encenação da ciranda do “boi-cósmico” já estava marcada para a semana seguinte, Artur Gomes me inseriu no coro da mesma. o repertório era composto com poemas do seu recém-lançado livro “Couro Cru & Carne Viva”. a encenação foi realizada no Ginásio de Esportes, com cenário grafitado por Genilson Paes Soares, em lâminas de papel kraft, que desciam do teto ao chão, apelidados por (Maria do Café) de “caralhos voadores”, um escândalo. não é preciso dizer o frisson que “a ciranda do boi cósmico” causou na maioria dos professores, além de estar vestido com poesia, sua cabeça foi criada por Marcos Guimarães Maciel(com engrenagens de relógios e outros elementos do laboratório de eletrotécnica), e enquanto o “boi” fazia suas evoluções acrobáticas,  seus olhos de lâmpadas, piscavam movidos por uma pequena bateria de 6 volts. Alguns professores da época ao se deparar com aquele fabuloso cenário, desmaiaram em pleno ginásio. semana seguinte eu e o “kabrunco” seguimos colados como dois em um. mas para minha desgraça uma professora de inglês da ETFC, denunciou o caso a aminha “mãe solteira” que me proibiu de viver poesia. fui para o rio estudar matemática e hoje aqui me encontro nesse recife da boa viagem em meio a esse “mar de pedras” sem poder fazer o que que queria. Rúbia Querubim minha filha, você nem imagina o que é viver sem  ser ou não estar em carne sangue medula osso nos retalhos imortais do serAfim.  

 

Federika Lispector

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 texto incrível da minha mãe que me enviou ontem e me arrepiou, não conhecia toda essa história, minha mãe se fechou depois que foi para recife trabalhar com cardápios, ela só havia me contado até então alguns "retalhos". mas tenho amigo(a)s ex-aluno(a)s e professore(a)s da ETFC na época que podem detalhar ainda mais os fatos. quando estudei no IFF, entre 2011/2012 fiz Oficina de Produção Cine Vídeo, e era bem engraçado como algumas pessoas me alertavam sobre os perigos que estava correndo, por estar fazendo aquela Oficina, e eu nunca entendi o por quê de tanta preocupação. Mas depois que conheci Gigi Mocidade caiu a ficha, e descobri o tanto de preconceito e reacionarismo era o meio em que vivíamos. e de 2016 pra cá começamos a entender tudo muito bem explicadinho de forma bem explícita.

 

Rúbia Querubim

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Balbúrdia Poética 5
Dia 28 de março 19h
No Stand da ACL
Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes-RJ

OVERDOSE NU VERMELHO

retesar as cores
e os músculos
com os dedos agarrados no pincel

se faltar carne
para roçar os óvulos
a gente jorra tinta no papel


Artur Gomes
in Couro Cru & Carne Viva – 1987
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                    vozes  do cerrado

 

brasília, Brasília,

onde estás

que não respondes?

 

em que bloco

em que superquadra

tu te escondes?

 

Nicolas Behr

Brasilírica

Antologia

Poemas escolhidos

1977-2017

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                          sub/VERSÃO

 

só desfraudando

a bandeia tropicalha

é

que a ente avacalha

com as chaves dos mistérios

dessa terra tão servil.

 

tirania sacanagem safadeza

 

tudo rima uma beleza

com a pátria/mãe que nos pariu

 

Artur Gomes

In Couro Cru & Carne Viva – 1987

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com os dentes cravados  na memória

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                   brumadinho

 

ainda tem

muita lama

no meio do caminho

 

Federika Lispector

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                    safadinho

 

ainda tem

muita cama

no meio do caminho

 

Lady CarNAvalha Gumes

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segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

múltiplas poéticas

jura secreta

para Sueli Costa e Abel Silva

 

ainda arde em mim

tudo o que não comi

tudo que ainda não provei

a carne que ainda não lambi

na boca que ainda não bebi

a língua que ainda não beijei

 

só um poema me devora

aquele que ainda não gravei

a poesia que ainda não escrevi

a palavra que ainda não falei

"a jura secreta que não fiz"

o amor que ainda não gozei

 

                      Artur Kabrunco

Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim

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arde em mim

um rio

de palavras

 

corpo larvas erupção

mar de fogo

vulcão

 

Artur Gomes

O Homem Com A Flor Na Boca

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dia desses escrevi meu testamento

deixei algumas palavras registrando minha indignação e nojo

por ainda ver algumas pessoas defendendo o indefensável

diante tanta exterminação nesse mercado e por não ser jumento não defendo gado

 

Federico Baudelaire

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A folha de papel em branco sobrevoa a transparência diante do espelho onde me espreitam dois grandes olhos  feito jabuticabas de um pomar que inda procuro a palavra escrita ainda não dita de um desejo impuro e a folha branca de papel pousa em tuas mãos como um pássaro não nascido ainda vindo do futuro.

 

Artur Gomes

in o homem com a flor na boca

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HORAS TONTAS VOLTAS

              - torquatianas

 

I

 

tudo tem sua hora

de barra

de berro

de birra

de briga

 

com deus e o diabo

nessa terra de ninguém

 

II

 

tudo tem sua hora

e agora esta solidão

me tirando o sossego

me fazendo procurar emprego

de poeta ou faquir

 

III

 

tudo tem sua hora

mas nem sempre manda aviso

que chegou pra acontecer

e assim sendo

às vezes perde-se o juízo

e põe-se tudo pra foder

 

IV

 

horas vãs

são irmãs

de horas completas

que nos fazem pensar

que todas são sãs

 

ENTRE UM SORRISO DE DENTES

 

TOR

        QUA

        QUA

        QUA

        QUA

        QUA

        QUA

        QUA

                 TO

 

LET´S PLAY

 

um anjo desgarrado

feito coisa qualquer

sujeito mais avoado

 

TOR

QUA

T    O

NETO

80

AÇÃO

 

09 NOV 2024

 

Zhô Bertholini

 

os cigarristas

novembro 2024

 

concepção editorial

jurema barreto de souza

zhô Bertholini

projeto gráfico

luzia maninha

zhô Bertholini

revistacigarra@gmail.com

 

a poesia é a mãe das artes

      e das manhas em geral


o poeta nasce feito
assim como dois mais dois;
se por aqui me deleito
é por questão de depois

 

a glória canta na cama
faz poemas, enche a cara
mas é com quem mais se ama
que a gente mais se depara

 

ou seja:

 

quarenta e sete quilates
sessenta e nove tragadas
vinte e sete sonhos, noites
calmas, desperdiçadas.

 

saiba, ronaldo, acontece
uma vez em qualquer vida:
as teias que a gente tece
abrem sempre uma ferida

 

no canto esquerdo do riso?
no lado torto da gente?
talvez.
o que mais forte preciso
não sei sequer se é urgente.

 

nem sei se eu sou o caso
que mais mereço entender –
de qualquer forma, o A-caso
me deixa tonto. e querer

 

não é sentar, ter na mesa
uma questão de depois:
é, melhor, ver com certeza
quem imagina um mais dois.

 

                        Torquato Neto



                                 ibirapitanga

 

o pau brasil

ainda sangra

 

biblioteca

 

entre quatro paredes

 palavras gritam caladas

dentro de livros trancadas

 no silêncio - instante

por não serem faladas

 para esse povo aqui

                    - distante

 

Artur Gomes

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segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim

Balbúrdia PoÉtica 5

poesia e resistência

para todas as horas

 

Tendo em vista que a Bienal do Livro de Campos dos Goytazes-RJ está prevista para acontecer no período de 28 de Março a 6 de Abril. A Balbúrdia PoÉtica 5 – será realizada no Stand da ACL (Academia Campista de Letras) dentro da programação da Bienal no dia 28 de Março, a partir das 19h.


não me meto nessa treta

minha preta é mais discreta

querubim que me perdoa

não tenho pedra concreta

não vi nem gelo nem granizo

estando são no meu juízo

mesmo na ciência baseado

um grande back fumado

no meu senso mais atoa

só posso dizer que um peixe

vestido de pássaro alado

anda voando de almada

buscando a vida depenada

no cais do porto de lisboa

 

Artur Kabrunco

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Vampiro Goytacá

Canibal Tupiniquim

 

kabruncos lobisomens

lamparões ou serAfins

estrupícios garrutios

severinos querubins

amantes de uma cidade

nas ruas da solidão

querendo-a veracidade

com tudo que seja não

ser transmutado no sim

 

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Balbúrdia PoÉtica 5

        Balbúrdia PoÉtica 5 Dia 5 – Abril – 16h Na Academia Campista de Letras Parque Dr. Nilo Peçanha – Jardim São Benedito – Campos dos Go...