gosto de sentir o vento
dentro
me roçando me entrando
o ventre
como um cavalo selvagem
quando pasta
e arrasta
todo cio todo ócio
que me entrego inteira e nua
a quem me-quer
Gigi Mocidade
www.porradalirica.blogspot.com
fé cega faca amolada
não quero paz
nem harmonia
nessa ordem do dia
procuro a lucidez
na desordem da orgia
Beatriz Gumes
eu quero a lucidez
na desordem da orgia
não sou a puta
desta ordem nacional
prefiro ser a outra
bem safada e imoral
meu coração é satânico
esfola e mata
no reverso da moral
Federika Bezerra
https://personasarturianas.blogspot.com/
eu quero o sal
da tua pele nua
lamber a lua
pelos teus vãos da coxa
não me engano
esses teus dois olhos de anjo
escondem um diabinho
por baixo dos panos
Federika Lispector
https://www.facebook.com/giginua/
sem planos
os panos ficam leves
deslizam descem voam
para baixo dos pés
e mostra o que realmente
és
Federico Baudelaire
https://www.facebook.com/giginua/
por toda pele nua
onde a linguagem voraz
penetra a carne crua
e no delírio eu possa
ter-te estrela
em noite à luz
da lua
Artur Gomes Gumes
https://www.facebook.com/giginua/
delírios
quantos serão precisos
para aplacar a fome
quantos serão desejos
entre as entranhas
dentes
em quantos beijos
matarei a sede
de matar o infame
golpe
do teu presidente
Federika Lispector
https://www.facebook.com/giginua/
o coração dispara na velocidade 2019 luz gasolina gás custa os fios de cabelos da cabeça nesse país em mar que não tem cais
Pátria A(r)mada
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023
mitológica
mitológica
fosse afrodite
ou fosse vênus
mariana fosse quanto
a flor sagrada de lótus
secreto o espírito santo
os girassóis entre os cabelos
nos lábios lírios do campo
Federika Lispector
www.fulinaimacarnavalhagumes.blogspot.com
poética 58
se a negritude ameríndia
do meu canto
lhe causa desconforto
insana criatura
não se assuste com essa química
isso se chama Sagaranagens Fulinaímicas
meu girassol de metáforas
meu caldeirão de misturas
Artur Gomes
Fulinaíma MultiProjetos
portalfulinaima@gmail.com
(22)99815-1268 - whatsapp
Tropicalirismo
girassóis pousando
NU - teu corpo festa
beija-flor seresta
poesia fosse
esse sol que emana
do teu fogo farto
lambuzando a uva
de saliva doce
Artur Gomes
Couro Cru & Carne Viva – 1987
ando
tão tenso
nesse tempo
estático
O Poeta Enquanto Coisa
SINOPSE: Depois das excitadas e excitantes Juras secretas, de 2018, o poeta e artista multimídia Artur Gomes volta a tornar pública sua jura de amor e fidelidade ao arcaico deus Dionísio em “O poeta enquanto coisa” [...] Comparece ao ethos deste livro a mesma embriaguez fulinaímica de sempre: a que toma, mediante o delírio atento frente aos passos obtusos do ser e estar das gentes, cada palavra como taça, vinho tinto e uma tinta capaz de, em contrapartida, rogar lúcida a passagem dilacerada do humano pelas páginas turvas do mundo. [...] Seus versos são rascunhos, rasuras e ranhuras a passar a limpo os nexos e os nervos de sua fatura formal e estilística, deixando sobre a página tanto um rastro de unha quanto o esmalte dos escritos e vozes que em sua alma avultam e nos dedos instauram cutículas. [...] Não apenas o corpo do homem, da mulher, se sensualiza e se sexualiza sob a força cósmica de Eros. [...] Nessa porosidade, o poeta se entende permeável a coisas e pessoas (a pessoas já misturadas às coisas, a pessoas já coisas) [...] Também por isso, por essa poesia de tamanho contato, fricção, a relação com a língua se confirma erotizada e – vale dizer – tanto a língua física quanto a verbal, o que equivale a dizer que escrita e oralidade se reencontram no poeta: a sofisticação da escritura literária não perde (pelo contrário, potencializa) a dimensão primigênia do poeta como cantor, como ator “na divina língua de Baco”. [...] Artur Gomes ouve o canto da sereia em sua cama, livro, divã, [...] se obstina pela ideia de confissão, mas de uma confissão dionisíaca [...] preferindo um louvor a Dionísio a um Deus que não sabe dançar, que não sabe gozar, na liturgia de uma poesia que roga.
Trechos do prefácio de Igor Fagundes
Poemas Para Todas As Horas
http://bit.ly/PoemasParaTodasAsHoras
Poucos poetas contemporâneos expressam tão bem as principais bandeiras do Modernismo de 22 quanto esse vate pós-moderno. Sua poesia é política, antropofágica, nonsense, musical, polifônica e sobretudo intertextual, além de dotada de uma brasilidade corrosiva, avessa ao nacionalismo acrítico que se tem espraiado pela ex-terra de “Santa cruz”.
Adriano Moura – fragmento do texto sobre O Homem Com A Flor Na Boca – livro inédito com previsão de lançamento em 2023
Jura secreta 1
a língua escava entre os dentes
a palavra nova
fulinaimânica/sagarínica
algumas vezes muito prosa
outras vezes muito cínica
tudo o que quero conhecer:
a pele do teu nome
a segunda pele o sobrenome
no que posso no que quero
a pele em flor a flor da pele
a palavra dandi em corpo nua
a língua em fogo a língua crua
a língua nova a língua lua
fulinaímica/sagaranagem
palavra texto palavra imagem
quando no céu da tua boca
a língua viva se transmuta na viagem
Artur Gomes
do livro Juras Secretas
Editora Penalux - 2018
www.secretasjuras.blogspot.com
O poeta é um fingidor
chove aqui dentro
mais do que lá fora
eu tenho pressa
de olhar teus olhos
nesse mar de angra
o pau brasil sangra
enquanto isso
ela passeia no egito
entre templos sagrados
dessas múmias quânticas
me perdoa
o poeta é um fingidor
mas eu não sou Fernando Pessoa
Artur Gomes
por onde andará Macunaíma?
https://fulinaimargem.blogspot.com/
Artur Gomes
Poesia na ponta da língua
se inscreva no canal
https://www.youtube.com/user/cabanagaivotas/videos
Mostra Cine Vídeo –
Curtas Cinema Ambiental
Curtam na página Kino 3
https://www.facebook.com/cinevideocurtas
com uma câmera nas mãos
um poema na cabeça
vamos filmar o poema
antes que desapareça
lei mais no blog
https://porradalirica.blogspot.com/
o sal que escorre
sobre tuas costas
é mar de esperma
que vai fecundar
entre tuas coxas
mariscos ostras
peixes vários
na explosão das algas
copacabana não me engana
toda sexta se faz de besta
me procura e diz que tem marido
mas quer aliviar sua fissura
quando eu gozar em teu umbigo
Federico Baldelaire
na mattina ti svegli e dici:
"Era solo una favola..."
Sorridi di te.
Ma nel profondo non sorridi affatto.
Sai bene che le favole sono l'unica
verità della vita.
Antoine de Saint-Exupéry
Uma manhã você acorda e diz:
" era apenas um conto de fadas..."
Sorri de ti.
Mas no fundo não sorria de todo.
Sabes bem que os contos de fadas são a única
Verdade da vida.
Antoine de Saint-Exupéry
gosto de sentir o vento
dentro
me roçando me entrando
o ventre
como um cavalo selvagem
quando pasta
e arrasta
todo cio todo ócio
que me entrego inteira e nua
a quem me-quer
Gigi Mocidade
www.porradalirica.blogspot.com
fé cega faca amolada
não quero paz
nem harmonia
nessa ordem do dia
procuro a lucidez
na desordem da orgia
Beatriz Gumes
eu quero a lucidez
na desordem da orgia
não sou a puta
desta ordem nacional
prefiro ser a outra
bem safada e imoral
meu coração é satânico
esfola e mata
no reverso da moral
Federika Bezerra
https://personasarturianas.blogspot.com/
eu quero o sal
da tua pele nua
lamber a lua
pelos teus vãos da coxa
não me engano
esses teus dois olhos de anjo
escondem um diabinho
por baixo dos panos
Federika Lispector
https://www.facebook.com/giginua/
sem planos
os panos ficam leves
deslizam descem voam
para baixo dos pés
e mostra o que realmente
és
Federico Baudelaire
https://www.facebook.com/giginua/
por toda pele nua
onde a linguagem voraz
penetra a carne crua
e no delírio eu possa
ter-te estrela
em noite à luz
da lua
Artur Gomes Gumes
https://www.facebook.com/giginua/
delírios
quantos serão precisos
para aplacar a fome
quantos serão desejos
entre as entranhas
dentes
em quantos beijos
matarei a sede
de matar o infame
golpe
do teu presidente
Federika Lispector
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7 de maio
7 de maio
o coração dispara na velocidade 2019 luz gasolina gás custa os fios de cabelos da cabeça nesse país em mar que não tem cais
Pátria A(r)mada
relatório
Com Os Dentes
Cravados Na Memória
I
na sala ficaram cacos de pratos
espalhados pelo chão. pedaços do corpo retidos
entre o corredor, após o interrogatório.
um cheiro forte de pólvora e mijo
misturados a dois ou três dias sem banho
depois de feito sexo.
só o fogo da verdade exalando odor e raiva
quando em verde, conspiravam contra nós.
em são cristóvão o gasômetro vomitava
um gás venoso nos pulmões já cancerados
nos quartéis da cavalaria.
II
me lembro.
o sentimento era náuseas, nojo, asco,
quando as botas do carrasco
bateram nos meus ombros com os cascos.
jamais me esquecerei o nome do bandido
escondido atrás dos tanques
e
se chamavam:
Dragões da Independência
e a gente ali na inocência.
comendo estrumes. engolindo em seco
as feridas provocadas por esporas.
aguentando o coice, o cuspe,
e
a própria ira
dos animais de fardas
batendo patas sobre nós.
III
com a carne em postas sobre a mesa,
o couro cru, o coração em desespero,
o sangue fluindo pelos poros, pelos pelos.
eu faço aqui
meditações sobre o presente
re cri ando
meu futuro.
tendo o corpo em cada porta
e a cara em cada furo.
tentando só/erguer
as condições pra ser humano
visto que tornou-se urbano
e re-par-tiu-se
em mil pedaços
visto que do sobre-humano
restou cabeça, pés, e braços.
Artur Gomes
Couro Cru & Carne Viva – 1987
O poeta Enquanto Coisa
Poema: Artur Gomes
Foto: Welliton Rangel
Pessoas que me comovem são aquelas que vivem ou viveram com os seus fios elétricos ligados cuspindo seus relâmpagos suas trovoadas sobre as nossas tempestades. Sou fanático sim por blues samba e reggae. Faço as minhas escolhas independente do meu coração partido e sigo vivo com os Dentes cravados na memória para nunca jamais esquece-las. Esta foto é para rasgar o peito e deixar sangrar poesia.
Poética 92
Era uma vez e não Hera
deus Prometeu me dissera
Cronos a transformará em Fedra
se não descrever sobre a pedra
as escrituras secretas
que tu trazes da carne
de lá da ilha de Creta
Federika Lispector
www.fulinaimacarnavalhagumes.blogspot.com
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023
pessoas
Pessoas que me comovem são aquelas que vivem ou viveram com os seus fios elétricos ligados cuspindo seus relâmpagos suas trovoadas sobre as nossas tempestades. Sou fanático sim por blues samba e reggae. Faço as minhas escolhas independente do meu coração partido e sigo vivo com os Dentes cravados na memória para nunca jamais esquece-las. Esta foto é para rasgar o peito e deixar sangrar poesia.
poética 92
Poética 92
Era uma vez e não Hera
deus Prometeu me dissera
Cronos a transformará em Fedra
se não descrever sobre a pedra
as escrituras secretas
que tu trazes da carne
de lá da ilha de Creta
Federika Lispector
brazilianas 2019
BraZilianas 2019
não sei se piso terra firme
ou me afogo em pantanais
nem sei se lanço meu barco na tormenta
ou se me atiro contra o cais
no Mar de Lama inverteu-se a hierarquia
trepar na goiabeira é muito pouco
culpa do tao do Satanás
e no brasil jesus cristo é muito louco
e um capitão manda agora em generais
onde a poesia
se espalha
a língua nativa
não é fogo de palha
é brasa viva
com os dentes
cravados na memória
para Paulo Ciranda
em Itacoatiara o mar me beijou a boca
na praia no verão de dois mil e dezessete
sinto o gosto agora
como se Itaipu fosse Pedra Dourada
como um beijo de São Paulo
Itapetininga ou mesmo uma Itaocara
onde estivemos em mil novecentos
e setenta e seis numa Balada Pros Mortais
e em mil novecentos e setenta e sete
transbordou Ave da Paz primeira da nossa safra
com registro fonográfico gravada por Biafra
depois em Miracema mil novecentos e oitenta e um
dançamos com um Boi Pintadinho
nossa canção ao vento Fotografia Urbana
mil novecentos e oitenta e dois
mais uma vez Itaocara um Festival dos Festivais
e a ciranda gira nessa roda gigante
que vai bordando sonoridades no tempo
Artur Gomes
PoÉticas ArturiAnas
www.arturkabrunco.blogspot.com
Poética 42
Era uma menina vestida de outubro
atravessando a rua
com um girassol no seu vestido
suas mãos beijavam o vento
como fossem lábios
de um beija-flor
meus olhos mergulhados
na paisagem
entre os olhos da menina
e o espelho do retrovisor
foto.grafei naquela tarde
a cor do seu vestido
e o girassol daquele dia
para me habitarem
seja lá por onde eu for
Poética 43
A menina vestida de outubro
se espantou com a minha idade
os homens velhos da usa cidade
dormem cedo com medo de poesia
nunca viram os Girassóis de Van Gog
nunca ouviram Luís Melodia
nem sabem que Todo Dia É Dia D
e Poesia É Todo Dia
Federico Baudelaire
https://fulinaimatupiniquim.blogspot.com/
A Geografia Poética de Artur Gomes, em Música, Prosa e Verso
ou
A Arte da Palavra em Movimento
Por Cristiane Grando*
“todo poema tem dois gomes
toda faca tem dois gumes"
Artur Gomes
“A poesia é palavra que não fere o silêncio.”
Jorge Berchet
É possível encontrar, na poesia de Artur Gomes (Cacomanga-RJ, 1948), uma série de referências culturais, uma espécie de mapa, uma geografia poética. Seus versos são visitados por diversos artistas e intelectuais, vivos e eternos, da arte brasileira e universal, como os músicos Caetano Veloso, Miles Davis, Janis Joplin, e John Lennon, os cineastas Godard, Truffaut, Fellini e Glauber Rocha, filósofos, dramaturgos, artistas plásticos, os poetas-amigos Dalila Teles Veras, Luíza Buarque e Zhô Bertholini, além de uma infinidade de escritores e poetas: Hilda Hilst, Paulo Leminski, Ferreira Gullar, Fernando Pessoa, Drummond, Lorca, entre outros, e especialmente seus mestres – os Andrades, Mário e Oswald e Guimarães Rosa... Macunaíma, Serafim Ponte Grande e Sagarana, são referências constantes na obra de Artur Gomes.
Num diálogo intenso com a tradição literária, Macunaíma transforma-se em Fulinaíma, e, acrescida da obra do mestre Guima, metamorfosea-se em SagaraNAgens Fulinaímicas, (livro e CD ) poesia-música... e teatro, para os que têm o privilégio de assistir aos shows de Artur Gomes, declamando pelas ruas, bares, palcos... pela vida. Em sua inquietude, Gomes, impregna o mundo com o som de poemas no cotidiano, quando os torna existência em sua voz.
O valor deste trabalho poético e musical ganha maior intensidade quando inserido no contexto da sociedade contemporânea, no qual a poesia quase não tem espaço nem estudo.
A poesia de Artur Gomes fere sem ferir. Num universo de navalhas, sexo, cio, náuseas, estrumes, sua poesia tem dois gumes: um, marcado pela tradição dos poetas malditos, retomando Baudelaire, Rimbaud e Mallarmé em inúmeros poemas; outro pela musicalidade, arma com a qual assalta/assusta o leitor desprevenido. Em lances de versos metalingüísticas, o próprio poeta define o fazer poético: “pense sinfonia em rimas raras”.
Para ler Artur Gomes, devemos sempre estar atentos aos jogos de palavras, à riqueza do trabalho sonoro e rítmico, à musicalidade, à inquietude de seus conceitos, à plurissignificação, à multiplicidade das formas que as palavras assumem no espaço da folha em branco, às maiúsculas e minúsculas usadas de forma nada convencional, à criação de neologismos e novas expressões, como drummundo, sabe/sabre, fogo de palha/fogo & palha, bola de gude/gosma de grude, boca do estômago/bala no estômago.
Um exemplo de trabalho formal e inovador e representado no poema “ Dia D”, cujas estrofes iniciam-se por uma vírgula.
A cultura brasileira ganha valor e significado quando é convocada à sua festa criativa uma grande quantidade de elementos indígenas e africanos, relegados muitas vezes pela sociedade brasileira. Da mesma forma, estilos musicais variados, associados à vanguarda da música contemporânea, também são convocados a esta festa de livros e CDs de Artur Gomes que pode ser conferida ouvindo o CD Fulinaíma Sax Blues Poesia, onde desfia com os seus parceiros Luiz Ribeiro, Naiman, Dalton Freire e Reubes Pess a sua “Marca Registrada.
A palavra poética é uma ponte, uma celebração da liberdade pela qual as pessoas podem ou devem ao menos tentar cruzar, para se salvarem ou para gritarem contra as injustiças sociais e abusos que o império comete em seus extra-muros.
A arte que assume Artur Gomes em seus versos e em sua vida é a arte da palavra em movimento. Sendo ator, gestor e produtor cultural, Artur caminha por diversas vertentes artísticas. Assim como o mímico Jiddu Saldanha, Artur Gomes sabe
“arrancar do gesto/ a palavra chave/ da palavra a imagem xis/ tudo por um risco/ tudo por um triz”.
Agradecimentos ao poeta Leo Lobos, pela leitura da obra de Artur Gomes e pelo diálogo, sugestões e comentários tecidos durante a elaboração do texto.
Cristiane Grando
Escritora, fotógrafa e professora
Doutora em Teoria Literária e Literatura Comparada – Universidade de São Paulo (USP). Laureada UNESCO-ASCHBERG de Literatura 2002-2003
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