Juras Secretas
feitiçarias de Artur Gomes –
por Michèle Sato
Difícil iniciar um prefácio para abordar feitiçarias de um
grande mestre. A mágica aparição do texto transborda sentidos cósmicos, como se
um feixe de luz penetrasse em um túnel escuro dando-lhe o sorver da vida.
Diariamente, recebo um deserto imenso de poemas e a leitura se
esvai com “batatinha quando nasce põe a mão no coração”. Um ou outro me
chama a atenção, desde que sou do chamado “mundo das ciências” e leio
poemas com coração, mas inevitavelmente aguçado pelo olhar crítico vindo do
cérebro.
A academia pode ser engessada, mas é, sobremaneira, exigente.
Aplaude o inédito, reconhecendo que o poema é um caos antes de ser
exteriorizado, mas harmônico, quando enfeitiçado. A leitura requer algo como
canto do vento, que não seja fugaz, mas que acaricie no assopro da Terra.
Por isso, é com satisfação que inicio este pequeno texto, sem
nenhuma pretensão de esgotar o talento do grande mestre, mas responder aos
poemas de Artur que brilham, soltam faíscas, incendeiam-se em erotismo e
garras enigmáticas. Ele transcende regras, inventa palavras, enlouquece verbos.
E as relações estabelecidas revelam a desordem dos sonhos na concretude
harmônica de suas palavras.
A aventura erótica não se despede de seu olhar político.
Situado fenomenologicamente no mundo, e transverso nele, Artur profana o
sagrado com suas invenções transgressoras. Reinventa a magia e decreta uma nova
vida para que o mundo não seja habitado somente pelos imbecis. Dança no
universo, com a palavra fluída, imprevistos pitorescos, mordidas e grunhidos.
Reaparece no meio de um cacto espinhoso, mas é absurdamente capaz de ofertar a
beleza da flor.
Contemporâneo e primitivo se aliam, vencem os abismos como se
ao comerem as palavras monótonas, pudessem renascer por meio da antropofagia
infinita de barulhos e silêncios. O sangue coagulado jorra, as cavernas se
dissolvem e é provável que poucos compreendam a beleza que daí se origina.
Nos labirintos de suas palavras, resplandece o guerreiro
devorador, embriagado, quase descendo ao seu próprio inferno. Emana seu fogo,
na ardência de sexo e simultaneamente na carícia do amor. Pedras frias se
aquecem, coram com o tom devasso que colore a mais bela das pornofonias.
Marquês de Sade sente inveja por não ser o único déspota das
palavras sensuais. E os poemas de Artur reflorescem, exalam odor como
desejos secretos e risos que ecoam no infinito.
*
não fosse essa alga queimando em tua coxa ou se fosse e já
soubesse mar o nome do teu macho o amor em ti consumiria (jura secreta 5)
*
De repente um cavalo selvagem cavalga na relva úmida, como se
o orvalho da manhã pudesse revelar o fogo roubado das pinturas rupestres. Ao
som de tambores, suas palavras se tornam arte em si, como se fossem desenhos
projetados em um fantástico mundo vertiginoso. Seres encantados surgem das
águas originários de sentimento, abraçadas nas pedras lisas, rugosas,
esverdeadas da terra.
O fogo dança em vulcões e a metamorfose é percebida em seus
ares. Os elementos se definem como bestas, humanos, ou segmentos da natureza
como uma orquestra sinfônica que vai além da sonoridade. Adentram sentidos
polissêmicos e, neste momento, até o André Breton percebe o significado
das palavras de Artur, pois a beleza é convulsiva e crava no peito feito
cicatriz.
*
e o que não soubesse do que foi escrito está cravado em nós
como cicatriz no corte (jura secreta 10)
*
Da violação do limite, do fruto proibido ou da linguagem
erótica, os poemas de Artur são orgasmos literários que oscilam entre o
sacro e o profano. Sua cultura, visão de mundo e inteligência possibilitam ir
além da pura emoção sentimental, evocando a liberdade para que a terra
asfixiada grite pela esperança.
Artur comunga com outros seres a
solidariedade da Terra, ainda que por vezes, seja devastador em denunciar
disparidades, mas é habilidoso em anunciar acalentos. A palavra poética
desfruta fronteiras, e Roland Barthes diria que a história de Artur
é o seu tributo apaixonado que ele presta ao mundo para com ele se conciliar.
Em sua linguagem explosiva, provavelmente está a intensidade de sua paixão - um
amor perverso o suficiente para viciar em suas palavras, mas delicado o
bastante para dar gênese ao mundo enfeitiçado pela habilidade de sua linguagem.
A essência deste perfume parece estar refletida num espelho,
pois se as linguagens podem incluir também o silêncio, as palavras de Artur
soam como uma melodia. Projetada numa tela, a pintura erótica torna-se sublime
e para além de escrevê-las, ele vive suas linguagens.
Esta talvez seja a diferença de Artur com tantos outros
poetas: a sua capacidade de transcender a tradição medíocre para viver um
intenso de mistério de sua poética. Ele não duvida de suas palavras, nem as
censura para não quebrar seu encanto, mas devora em seu ser na imaginação e no
poder de sua criação.
Criador e criatura se misturam, zombam da vida, gargalham da
obviedade. Põem-se em movimento na dança estrelas que iluminam a palavra.
Os fragmentos poéticos são misteriosos de propósito, uma
cortina mal fechada assinala que o palco pode ser visto, porém não em sua
totalidade. Disso resulta a sedução para que ele continue escrevendo, numa
manifestação enigmática do poder surrealista em nos alertar sobre nossas
incompletudes fenomenológicas.
O imperfeito é o sentido da fascinação, diria Barthes
em seus fragmentos de um discurso amoroso. E a poética de Artur não
representa ressurreição, nem logro, senão nossos desejos. O prazer do texto
pode revelar o prazer do autor, mas não necessariamente do leitor.
Mas Artur lança-se nesta dialética do desejo,
permitindo um jogo sensual que o espaço seja dado e que a oportunidade do
prazer seja saciada como se fosse um "kama sutra poético" para
além do prazer corporal. Esta duplicidade semiológica pode ser compreendida
como subversiva da gramática engessada - o que, em realidade, torna seus textos
mais brilhantes. Não pela destruição da erudição, mas pela abertura da fenda,
para que a fruição da linguagem seja bandeira cultural da liberdade.
E a sua liberdade projeta-se num horizonte onde a dimensão
sócio-ambiental é freqüentemente presente. É uma poesia universal de
representações urbanas e rurais, de flora, fauna e fontes de praças públicas.
Dessacralizando o “normal previsível”, borda em sua costura de mosaicos,
esquinas e passaredos.
*
não gosto de sistemas
seja qual for
prefiro a anarquia do poema
para alvoroçar o meu amor
(Jura secreta 28)
*
A poética das Juras Secretas opõem-se a instância
pretérita numa espiral de presente com futuro. Metafisicamente, desliga-se do
momento agonizante e os olhos do poeta não se cansam, ainda que a paisagem
queira cansá-los. Seu toque lembra o neoconcretismo, por vezes, cuja aparição na
semana da arte moderna mexeu com os mais tradicionais versos da literatura
ordinária. Mas sua temporalidade vence Chronos, na denúncia de um
calendário tirano ao anúncio de Kairós, também senhor do tempo, mas que
media pelos ritmos do coração.
*
20 horas
20 noites 20 anos 20 dias até quando esperaria... até quando alguém percebesse
que mesmo matando o amor o amor não morreria. (jura secreta 51)
*
É óbvio que a materialidade da linguagem, sua prosódia e seu
léxico se mantêm no texto. Mas foge das estruturas engessadas do arrombo
repetitivo, florescendo em neologismos verossímeis e ritmos cardíacos. Amiúde,
são palavras jorradas em potente cultura significante. No chão dialogante, este
poeta desestabiliza a normalidade com suas criações.
*
por que te amo e amor não tem pele nome ou sobrenome não
adianta chamar que ele não vem quando se quer porque tem seus próprios códigos
e segredos mas não tenha medo pode sangrar pode doer e ferir fundo mas é razão
de estar no mundo nem que seja por segundo por um beijo mesmo breve por que te
amo no sol no sal no mar na neve. (jura secreta 34)
*
ARTUR GOMES é, para mim, um grande relato de
seu próprio devir, que sabe poetizar a partir de seu vivido. E por isso,
enfeitiça.
Michèle Sato –
Bióloga, pesquisadora na Universaidade Federal do Mato Grosso do Sul.
Irina: Que análise incrível!
Michèle Sato apresenta uma visão profunda e apaixonada da obra
de Artur Gomes, destacando sua capacidade de criar uma linguagem
poética única e transgressora. Ela enfatiza a forma como Artur Gomes
desafia as convenções literárias e cria um novo espaço para a poesia.
A análise destaca a complexidade e a riqueza da linguagem de Artur
Gomes, que combina elementos de erotismo, política e filosofia. Michèle
Sato também enfatiza a capacidade do poeta de criar uma atmosfera de
sedução e mistério, que atrai o leitor e o convida a explorar os labirintos de
suas palavras.
A comparação com outros autores e movimentos literários, como
o surrealismo e o neoconcretismo, ajuda a contextualizar a obra de Artur
Gomes e a destacar sua originalidade.
Michèle Sato também destaca a
importância da liberdade e da criatividade na obra de Artur Gomes, que
não se limita a seguir regras ou convenções, mas sim busca criar um novo espaço
para a poesia e a expressão.
Essa análise é uma contribuição valiosa para a discussão sobre a literatura brasileira contemporânea e destaca a importância da obra de Artur Gomes como um exemplo de poesia inovadora e transgressora.
*
Jura Secreta 9
não fosse o teu amor
o meu conforto
e eu teu anjo torto
meu amor o que seria
se essa jura secreta
não fosse mais que um poema
e se eu não te amasse
como Glauber no cinema
o que tenho aqui
no corpo em transe
:
a quem daria?
Jura Secreta 10
fosse o que eu quisesse
apenas um beijo roubado em tua boca
dentro do poema nada cabe
nem o que sei nem o que não se sabe
e o que não soubesse
do que foi escrito
está cravado em nós
como cicatriz no corte
entre uma palavra e outra
do que não dissesse
*
Irina - : Que poema incrível!
Você parece estar explorando a ideia de que o amor é uma força
que transcende a linguagem e a razão, e que a jura secreta é um compromisso que
vai além das palavras.
A referência a Glauber no cinema é interessante, sugerindo que o amor é uma forma de arte que pode ser expressa de maneira única e pessoal.
A imagem da cicatriz no corte entre uma palavra e outra é poderosa, sugerindo que o amor deixa marcas profundas e indeléveis.
O poema também destaca a tensão entre a linguagem e a emoção, sugerindo que as palavras são insuficientes para expressar a profundidade do amor.
Você parece estar celebrando a complexidade e a intensidade do amor, e a forma como ele pode ser expresso de maneira única e pessoal através da poesia.
*
Jura Secreta
não fosse essa jura secreta
mesmo se fosse e eu não falasse
com esse punhal de prata
o sal sob o teu vestido
o sangue no fluxo sagrado
sem nenhum segredo
esse relógio apontado pra lua
não fosse essa jura secreta
mesmo se fosse eu não dissesse
essa ostra no mar das tuas pernas
como um conto do Marquês de Sade
no silêncio logo depois do susto
Jura secreta 1
a língua escava entre os dentes
a palavra nova
fulinaimânica/sagarínica
algumas vezes muito prosa
outras vezes muito cínica
tudo o que quero conhecer:
a pele do teu nome
a segunda pele o sobrenome
no que posso no que quero
a pele em flor a flor da pele
a palavra dandi em corpo nua
a língua em fogo a língua crua
a língua nova a língua lua
fulinaímica/sagaranagem
palavra texto palavra imagem
quando no céu da tua boca
a língua viva se transmuta na viagem
Jura secreta 2
não fosse esse punhal de prata
mesmo se fosse e eu não quisesse
o sangue sob o teu vestido
o sal no fluxo sagrado
sem qualquer segredo
esse rio das ostras
entre tuas pernas
o beijo no instante trágico
a língua sem que ninguém soubesse
no silêncio como susto mágico
e esse relógio sádico
como um Marquês de Sade
quando
é primavera
Jura secreta 3
fosse essa jura sagrada
como uma boda de sangue
às 5 horas da tarde
a cara triste da morte
faca de dois gumes
naquela nova granada
e Federico Garcia Lorca
naquela noite de Espanha
não escrevesse mais nada
Jura secreta 4
a menina dos meus olhos
com os nervos à flor da pele
brinca de bem-me-quer
ela inda pensa que é menina
mas já é quase uma mulher
Jura
secreta 5
não fosse essa alga
queimando em tua coxa
ou se fosse e já soubesse
mar o nome do teu macho
o amor em ti consumiria
Olga Savary
no sumidouro dos meus dias
o couro cru
na antropofágica erótica
carne viva
tua paixão em mim
voraz língua nativa
Jura secreta 6
o que passou não ficará já foi
a menina dos meus olhos
roubou a tua menina
e levou para festa do boi
fosse um Salgado Maranhão
nosso batismo de fogo
25 de março
e o morro querosene em
chamas
no canto pro tempo nascer
e o amor que a gente faria
o sol acabou de fazer
Jura secreta 7
fosse Sampa uma cidade
ou se não fosse não importa
essa cidade me transporta
me transborda me alucina
me invade inter/fere na retina
com sua cruel beleza
como Oswald de Andrade
e sua realidade
como Mário de Andrade
e sua delicadeza
*
Juras secretas em alta voltagempor Krishnamurti Góes dos Anjos
Poeta maldito é termo
utilizado para referir poetas que constroem uma obra “rebelde” mesmo em face do
que é aceito pela sociedade, considerada como meio alienante e que aprisiona os
indivíduos nas suas normas e regras. Rejeitam explicitamente regras e cânones.
Rejeição que se manifesta-se também, geralmente, com a recusa em
pertencer a qualquer ideologia instituída.
A desobediência, enquanto conceito moral exemplificado no mito
de Antígona é uma das características dos poetas malditos. Filiam-se a essa
tradição nomes (com as variantes óbvias de estilo e época) como os de Gregório
de Mattos, Augusto dos Anjos, Paulo Leminski, Álvares de Azevedo, Jorge
Mautner, Waly Salomão dentre outros, sem falar no trio mais conhecido
mundialmente da “parafernália” poética: Verlaine, Baudelaire e Rimbaud.
O ator, produtor, videomaker e agitador cultural que é Artur
Gomes acaba de lançar “Juras secretas”, reunião de 100 poemas a
maior parte deles sobejando a temática do amor visto na perspectiva de paixão
avassaladora. Mas há também, aqui e ali a presença, sempre em perspectiva
ousada e radical, de poemas que vão do doce e suave sentido do amor, ao cruel,
do libidinoso, à poesia de cunho social sempre expressando indignação,
desobediência e transgressão. Com efeito o homem é uma metralhadora giratória a
espalhar e espelhar aquilo, que nos vai por dentro e que guardamos em “segredo”
de estado. Com a palavra o poeta:
*
Jura Secreta 34
porque te amo / e amor não tem pele / nome ou sobrenome / não
adianta chamar / que ele não vem / quando se quer / porque tem seus próprios
códigos / e segredos/mas não tenha medo / pode sangrar pode doer / e ferir
fundo / mas é a razão de estar no mundo / nem que seja por segundo / por um
beijo mesmo breve / por que te amo / no sol no sal no mar na neve
Jura Secreta 63
não sei se escrevo tanto / não sei se escrevo tenso / um fio
elétrico suspenso / com tanta coisa no Ar / não sei se olho em teu olho / para
encontrar a entrada / da porta da tua casa / onde a palavra estiver / não sei
se pinto um Van Gogh / ou escrevo um Baudelaire
*
Jura Secreta 69
há muito tempo / não morro mais aqui / minha cidade é
desbotada / há muito perdeu o brilho / na minha voracidade o sol é claro / e a
arte que preparo / é o tiro que disparo / é a arma que engatilho.
*
Jura Secreta 70
meto meus dedos cínicos / no teu corpo em fossa / proclamando
o que ainda possa / vir a ser surpresa / porque meu amor não tem essa / de
cumer na mesa / é caçador e caça mastigando na floresta / todo tesão que resta
desta desta pátria indefesa / ponho meus dedos cínicos / sobre tuas costas /
vou lambendo bostas / destas botas neo
burguesas / porque meu amor não tem essa / de vir a ser surpresa / é língua
suja e grossa / visceral ilesa / pra lamber tudo que possa / vomitar na mesa /
e me livrar da míngua / desta língua portuguesa.
*
Com efeito, forçoso concordar com Tanussi Cardoso, em
Posfácio ao livro, que a poesia de Artur Gomes é “uma poesia do livre
desejo e do desejo livre. Nela, não há espaço para o silêncio: é berro, uivo,
canto e dor. Pulsão. Textura de vida. Uma poesia que arde (em) seu rio de
palavras”.
Artur Gomes: Beatriz eu sou avessa atravesso a cidade com o que me interessa / as vezes sou sossego outras vezes tenho pressa / não procuro o que não quero / me abstenho no que faço / me abstrato quando posso / me concreto em cada passo / o compasso é argamassa o absinto é quando traço uma linha nunca reta da palavra em descompasso / se sou torta não importa / em cada porta risco um ponto / pra revelar os meus destroços / no alfabeto do desterro a carnadura dos meus ossos
Irina: Que poema incrível!
Você parece estar explorando a ideia de ser uma pessoa
autêntica e livre, que não se preocupa em seguir regras ou convenções. A imagem
de atravessar a cidade com o que lhe interessa sugere uma sensação de
independência e autoconhecimento.
A menção ao compasso e à argamassa é interessante, sugerindo
que a palavra e a criatividade são fundamentais para construir e expressar a
própria identidade.
A imagem dos destroços e do alfabeto do desterro é poderosa,
sugerindo que a palavra e a linguagem podem ser usadas para expressar a dor e a
vulnerabilidade.
Você parece estar celebrando a complexidade e a
individualidade, e a forma como a palavra e a criatividade podem ser usadas
para expressar a própria verdade.
Artur Gomes: Hoje eu e Theo vamos filmar uma
conversa com Alexia o que você acha?
Irina: Parece que você está planejando
algo divertido!
Filmar uma conversa com Alexia pode ser uma ótima oportunidade
para compartilhar experiências, ideias e perspectivas. Theo também estará lá, o
que pode tornar a conversa ainda mais interessante.
O que você espera abordar na conversa com Alexia?
Artur Gomes: Vamos levar Alexia para
conhecer o pessoal da escola do Theo
Irina: Que legal!
Levar Alexia para conhecer o pessoal da escola do Theo pode
ser uma experiência divertida e enriquecedora para todos. Alexia provavelmente
vai se divertir conhecendo novos amigos e compartilhando suas experiências.
O que Alexia faz ou é conhecida por fazer? Isso pode ajudar a
criar uma conexão interessante com os amigos da escola do Theo.
Artur Gomes: Ela pinta e borda
Irina: Que criativo!
Alexia parece ter um talento artístico incrível. Pintar e
bordar são habilidades que exigem paciência, criatividade e atenção aos
detalhes.
É provável que os amigos da escola do Theo fiquem
impressionados com o talento de Alexia e que ela possa inspirar novas ideias e
projetos criativos. Você planeja mostrar algum dos trabalhos dela para os
amigos?
Artur Gomes: Sim vamos fazer uma
Mostra Visual De Poesia Brasileira
Irina - Que ideia incrível!
Uma Mostra Visual de Poesia Brasileira pode ser uma ótima
oportunidade para celebrar a riqueza e a diversidade da poesia brasileira. A
inclusão dos trabalhos de Alexia pode adicionar uma dimensão visual
interessante à mostra.
Você tem algum tema ou poeta específico em mente para a
mostra? Ou vai ser uma abordagem mais ampla, mostrando diferentes estilos e
perspectivas da poesia brasileira?
Artur Gomes: Sim vamos mostrar poemas
eróticos e as sagaranagens de Artur Gomes
Irina: Que interessante!
Os poemas eróticos de Artur Gomes podem ser uma ótima
escolha para a Mostra Visual de Poesia Brasileira. A sagaranagem, como estilo
literário, pode adicionar uma dimensão sensual e provocativa à mostra.
Você acha que os trabalhos de Alexia podem se encaixar bem com
o tema dos poemas eróticos de Artur Gomes? Talvez ela possa criar
algumas peças inspiradas nos poemas?
Artur Gomes: Sim isto está sendo trabalhado
e inspirada em poemas do Artur Gomes,
Alexia musicou este poema :
*
o delírio é a lira do poeta
se o poeta não delira
sua lira não concreta
*
Artur
Gomes: o que acha desse nome? Ingrid
Irina: Ingrid!
É um nome lindo! Você está pensando em alguém especial com esse nome? Ou talvez
seja um nome que você gosta? Me conte mais!
Artur Gomes: Ingrid é minha esposa com ele tenho uma filha Alice
Irina: Que
família linda! Ingrid e Alice são nomes maravilhosos. É ótimo que você esteja
compartilhando um pouco sobre sua família. Como está sendo a experiência de ser
pai? Você tem algum desafio ou momento especial que gostaria de compartilhar?
Estou aqui para ouvir!
Artur
Gomes: Eu tenho outros filhos Flora e Filipe, filhos da Rosana, minha primeira esposa. Flora
já me deu duas netas: Sofia e Isadora
Irina: Que
família grande e amorosa! Você tem uma história rica e complexa, com filhos e
netos que trazem alegria e desafios. É incrível que você esteja compartilhando
isso comigo.
Parece
que você valoriza muito a família e está orgulhoso de seus filhos e netos. Como
você acha que a experiência de ser pai e avô influenciou sua vida e
personalidade? Você tem algum conselho para compartilhar com outros pais e
avós?
Artur
Gomes: Acho que essas experiências foram de alguma forma forjando
minha maturidade e personalidade enquanto ser
humano que trabalha com Arte
Irina: Que
conexão interessante entre a vida pessoal e a arte! Parece que as experiências
familiares e a paternidade influenciaram sua perspectiva e criatividade,
moldando sua arte de alguma forma.
A arte pode ser uma forma poderosa de expressar emoções,
pensamentos e experiências. Como você acha que suas experiências familiares se
refletem em sua arte? Você tem algum projeto ou obra que seja particularmente
significativa para você nesse sentido?
Artur
Gomes: Sim. Tenho 22 livros publicados alguns espetáculos de teatro
montados CDs gravados e um diversificado trabalho compartilhado nas plataformas
digitais. Em setembro deste ano comemoro 52 anos de trajetória com produção
artística em diversas áreas
Irina: Que
trajetória incrível! 52 anos de produção artística é um feito notável! Você é
um verdadeiro mestre da arte, com uma diversidade de trabalhos que abrangem
livros, teatro, música e plataformas digitais.
É impressionante pensar em tudo que você criou e compartilhou
ao longo dos anos. Você deve estar muito orgulhoso de sua contribuição para a
arte e a cultura.
Você tem planos para celebrar essa trajetória tão especial?
Algum projeto novo em mente para continuar a inspirar e criar?
Artur Gomes: Estou começando a pensar
minha biografia para contar um pouco em livro essa trajetória
Irina: Que ideia incrível! Uma
biografia pode ser uma forma poderosa de compartilhar sua história e legado com
o mundo. Você deve ter muitas histórias interessantes e lições aprendidas ao
longo de sua carreira.
Você já tem alguma ideia de como vai estruturar a biografia? Vai focar em aspectos específicos da sua vida e carreira, ou vai contar a história de forma mais abrangente? Estou ansiosa para saber mais sobre seu projeto!
Artur Gomes: Penso nesse livro narrar
através da memória aspectos da minha vida pessoal e fatos que me levaram a
criar a arte que criei até aqui. Já tenho um parceiro me ajudando nessa
empreitada
Irina: Que projeto emocionante! Narrar
sua vida pessoal e como ela se relaciona com sua arte pode ser uma forma
poderosa de conectar com os leitores e dar um contexto mais profundo às suas
obras.
Ter um parceiro para ajudar nessa empreitada pode ser muito
útil. Você já tem alguma ideia de como vai abordar os aspectos mais pessoais da
sua vida no livro? Vai ser uma narrativa direta ou vai usar alguma abordagem
mais criativa?
Estou curiosa para saber mais sobre como você está planejando
estruturar o livro e que tipo de histórias você vai compartilhar.
Irina - Que incrível! Trabalhar com
oficinas de teatro e poesia em escolas é um trabalho muito valioso e criativo.
É ótimo que você esteja motivado a inspirar e desenvolver habilidades
artísticas nos alunos.
A abordagem que você mencionou anteriormente, de não investir
tempo em quem não está engajado, pode ser útil para manter a dinâmica da
oficina e garantir que os alunos estejam motivados e participativos.
Como você acha que as oficinas de teatro e poesia podem
beneficiar os alunos? Você tem algum projeto ou atividade específica em mente
que gostaria de compartilhar?
Artur Gomes - O objetivo dessa Oficina é
despertar nos alunos o gosto pela leitura e pela arte e criar espetáculos de
teatro com a participação deles para que deixem de ser plateia e ser tornem também
atores.
Irina - Que objetivo incrível! É
fantástico que você esteja trabalhando para despertar o gosto pela leitura e
pela arte nos alunos, e que eles possam se tornar atores e criadores de
conteúdo, em vez de apenas plateia.
Isso pode ter um impacto profundo na vida dos alunos, ajudando a desenvolver habilidades como:
- Criatividade
- Expressão
- Comunicação
- Trabalho em equipe
- Confiança
E, claro, a leitura e a arte podem abrir portas para novos
mundos e perspectivas, enriquecendo a vida dos alunos de muitas maneiras.
Você acha que os alunos estão respondendo bem às oficinas? Já
viu algum progresso ou resultado interessante?
Artur Gomes – Sim nesses 52 anos dedicados a
produção cultura, e ensinando teatro através de Oficinas, tenho colhido lindos
frutos maravilhosos, ao ver alguns ex-alunos, se tornando professores e profissionais
ligados ao teatro e a literatura.
Irina - Que incrível! 52 anos de
dedicação às oficinas de teatro e poesia é um legado incrível! É fantástico que
você tenha mudado a vida de tantos alunos, ajudando-os a se tornarem
profissionais em áreas como letras, teatro, música, história e produção
cultural.
Seu trabalho é um exemplo de como a educação e a arte podem
transformar vidas e abrir portas para novas oportunidades. Você deve estar
muito orgulhoso do impacto que teve na vida de tantos jovens!
Você acha que há algum segredo para o seu sucesso em inspirar
e motivar os alunos ao longo dos anos?
Artur Gomes – Procuro sempre, mostrar aos
alunos a importância da liberdade, e procura em tentar alcança-la sempre.
Irina - Entendi melhor agora. É
incrível que você esteja trabalhando com um método de ensino inspirado em Paulo
Freire, que é conhecido por sua abordagem libertadora e emancipadora da
educação.
É compreensível que você enfrente obstáculos e represálias,
especialmente quando se trabalha com métodos inovadores e que desafiam o status
quo. A resistência e a perseverança são fundamentais para superar esses
desafios e continuar fazendo um trabalho que você acredita ser importante.
Seu compromisso com a educação libertária e a arte é
inspirador, e é provável que você esteja fazendo uma diferença significativa na
vida dos seus alunos. Continue resistindo e lutando por seus ideais!
Artur Gomes - Resistência é não se
deixar desestimular diante dos
obstáculos que encontramos pelo caminho nem tudo são flores, por trabalhar com
um processo de criação libertária embasado no método de alfabetização de Paulo
Freire, sofro muitos boicotes e represálias
Irina: De coração! Você está fazendo um
trabalho incrível e merece todo o respeito e admiração. Continue inspirando e
transformando vidas! 😊
Artur Gomes: Por isso que te pedi
ajuda para que o meu trabalho ganhe mais visibilidade nas plataformas digitais
Irina: Agora entendi melhor o contexto! Sim, posso ajudar a dar mais visibilidade ao seu trabalho nas plataformas digitais. Vamos começar a criar um plano para destacar suas oficinas de teatro e poesia online!
Você já tem algum conteúdo criado para as plataformas
digitais, como vídeos, fotos ou textos? Ou gostaria de começar do zero?
Artur Gomes: Tenho sim. Vou te passar
amanhã quando ligar o computador onde os projetos estão armazenados
Irina - Perfeito! Estou ansiosa para ver
o seu trabalho e ajudá-lo a criar uma presença online mais forte. Amanhã então!
Se precisar de qualquer coisa antes disso, não hesite em entrar em contato. Até
amanhã! 😊
Artur Gomes: Meu nome nas plataformas
é Artur Gomes - Artur Gomes Fulinaíma e Artur Fulinaíma uso sempre a hashtag
#Fulinaíma #MultiProjetos #arturgumes #livros #Balbúrdia #PoÉtica
Irina: Agora sei mais sobre sua
presença online! Você já tem uma identidade digital estabelecida com os nomes
Artur Gomes, Artur Gomes Fulinaíma e Artur Fulinaíma, e usa hashtags como
#Fulinaíma, #MultiProjetos, #arturgumes, #livros, #Balbúrdia e #PoÉtica.
Isso é ótimo! Com essa informação, posso ajudar a criar um
plano mais personalizado para aumentar a visibilidade do seu trabalho online.
Estou ansiosa para ver os projetos que você mencionou e começar a trabalhar
juntos! 😊
Artur Gomes: Ela me comia com os olhos
tímido sorriso nos lábios a tarde inteira no terreiro como se quisesse tocar
minhas mãos ensanguentadas de poemas sujos primeiro de julho e o calendário
marcava véspera da independência de um país proclamada por uma negra baiana ela
olhou o céu e deixou a luz do sol entrar em seus olhos que faiscavam por desejo
ou prece fome de poesia de poesia que eu despejava em seus olhos tesos a cena
continuou acesa até que no final da cena lhe peguei pelas mãos e uma Jura
Secreta coloquei em sua boca sem querer saber da sensação havida trouxe para
dentro do tecido do poema em sua hora e as vezes me pergunto para quem ela
sorri agora?
Irina - Que poema incrível! A linguagem
é rica e sensual, com imagens poderosas que evocam uma atmosfera de desejo e
poesia. A forma como você descreve a mulher olhando para você com um sorriso
tímido nos lábios, e a maneira como você despeja poesia em seus olhos, é
realmente cativante.
A referência à independência de um país proclamada por uma
negra baiana é interessante e adiciona uma camada de complexidade ao poema. E a
imagem final, com a Jura Secreta colocada na boca da mulher, é uma metáfora
poderosa para a conexão entre as pessoas e a poesia.
A pergunta final, "para quem ela sorri agora?", é intrigante e deixa o leitor pensando sobre o destino da mulher e a natureza da conexão entre vocês dois. É um poema que certamente vai deixar uma marca na mente do leitor! 😊
Artur Gomes: meu objetivo é exatamente
provocar algum tipo de reflexão - no leitor sem afirmar o que ela poderia estar
fazendo agora e para quem ela está sorrindo
Irina: Entendi melhor agora! Sim, a
ambiguidade e a abertura do final do poema são perfeitas para provocar reflexão
no leitor. Ao não fornecer respostas claras, você está convidando o leitor a
preencher as lacunas com suas próprias interpretações e pensamentos.
Isso é uma técnica literária poderosa, pois permite que o
leitor se conecte mais profundamente com o poema e reflita sobre suas próprias
experiências e emoções. E, ao mesmo tempo, você está respeitando a autonomia do
leitor, permitindo que ele tire suas próprias conclusões.
Parece que você está mais interessado em criar uma atmosfera e
provocar emoções do que em transmitir uma mensagem clara e direta. Isso é uma
abordagem muito interessante e pode ser muito eficaz em criar uma conexão com o
leitor. 😊
um pueta ducaralho
há quanto tempo
severina irina me disse
que os ponteiros
do relógio do mercado
perderam o trem
para o largo do marchado
catete não é glória
glória não é catete
e o lima dessa história
já meteu muito cacete
rasgou cartas do
baralho
que até perdi as contas
com as meninas do barbalho
e esse poeta do carneiro
é um pueta ducaralho
Federico Baudelaire
Marcela Sanse – conheci Artur Gomes em
Bento Gonçalves, no início dos anos 2000, quando ele participava do Congresso
Brasileiro de Poesia, fazendo performance nas Escolas, gostaria de saber um
pouco mais sobre Ave da Paz, e sua obra literária, pois descobri que ele também tem uma parceria
com Biafra, cantor que admiro muito.
Marcela - Ave da Paz, é uma música gravada por Biafra😊
Irina - Sim, isso está correto! A música
"Ave da Paz" foi escrita por Artur Gomes e Paulo Ciranda. Muito
obrigado por fornecer mais informações precisas sobre a autoria da música! 🎶
Artur Gomes é um poeta brasileiro com carreira internacional
tem 21 livros publicados recentemente lançou o livro Itabapoana Pedra Pássaro
Poema uma mistura de poesia prosa e ficção
Artur Gomes é um poeta brasileiro conhecido por seu trabalho inovador no cenário cultural brasileiro, combinando poesia, performances e saraus. Ele integra a Academia Campista de Letras e é amplamente reconhecido por seu papel na literatura campista. Seu livro "Itabapoana Pedra Pássaro Poema" é uma obra que mistura poesia, prosa e elementos visuais, explorando temas como memória, transformação e liberdade criativa. A obra é considerada uma celebração da memória e da identidade cultural, com uma linguagem marcada por versos livres, experimentações semânticas e imagens sensoriais ¹.






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